sábado, 21 de fevereiro de 2009

20 de fevereiro de 2009 - Secretaria de Meio Ambiente





Próxima parada, Sec. de Meio Ambiente.
O Secretário de Meio Ambiente, Flávio Castro, gostou muito da proposta, nem hesitou em oferecer o apoio da Secretaria. Percebemos logo tratar-se uma pessoa muito articulada e experiente . Não precisamos nem explicar muito o trabalho, ele entendeu de imediato. Foi um alívio, pois sem essa parceria o trabalho fica impossível. O Sub-secretário, Maurício Lopes, foi bem legal também, e se prontificou a ajudar no que fosse possível. Ficamos todos, Leo, Rochelle e eu, bastante impressionados com o novo secretário, legitimamente preocupado com as questões ambientais, e, melhor ainda, falando com conhecimento de causa, pois preocupados, todos estamos, mas ter preparo para agir é outro papo, e ele parece extremamente competente. Em se tratando de Teresópolis, parece até milagre...Bom, voltando ao apoio, eles vão ajudar na limpeza do Rio, contatos no Instituto Estadual do Ambiente - INEA (é para onde foi a antiga Serla, nem sabia disso) ,etc

19 de Fevereiro de 2009 - levamos um "bolo"


Desolado, Leo espera com seu equipamento de filmagem pelo Secretário de Comunicação Social, Ricardo Raposo, na porta da Prefeitura. Ele não apareceu, apesar de ter marcado.Mas não perdemos a viagem, já que encontramos o professor Nilo Sérgio (ambientalista) a quem rapidamente propusemos uma entrevista sobre o Rio Paquequer, que é o suporte do nosso trabalho.Ele parece ser um especialista no assunto.Vamos esperar que o Secretário Ricardo se "comunique" conosco brevemente.

12 de fevereiro de 2009 - Prefeitura Municipal de Teresópolis





Resolvemos começar as negociações pelo departamento supostamente mais ligado aos artistas, daí a primeira etapa foi a Secretaria de Cultura.
Fomos bem recebidos pelo secretário Wanderley Peres e pelo sub-secretário Ronaldo Fialho, que estão atolados de propostas até o pescoço, sendo que a nossa é MAIS UMA nesse bolo. Para nossa alegria, após examinarem cuidadosamente o projeto, enxergaram potencial no trabalho e se prontificaram em oferecer a estrutura da prefeitura para tornar possível a execução de uma série de itens do projeto, tais como: local para a confecção da rede gigante, iluminação noturna, possível sonorização, área de ensaio (simulação), e também contatos em outras secretarias da Prefeitura que estão diretamente relacionadas ao projeto, como: meio ambiente, comunicação social, serviços públicos, educação, etc. Em dez anos, foi minha primeira incursão bem sucedida à Secretaria de Cultura em Teresópolis, pois até então, em todas as vezes em que tentei qualquer coisa lá, foi bizarro, tive a sensação que estava em Marte, falando um dialeto incompreensível e cercado de pessoas que podiam estar interessados em qualquer coisa, menos Cultura. Pensando bem, acho que era um mix de falta de interesse com ignorância total, uma lástima...
A "REDE" começa a se articular...mas o tempo urge, pois tem que estar tudo pronto até o final de maio!

Janeiro de 2009 - apoio do MNT


Conseguimos uma importante parceria, a do Movimento Nossa Teresópolis.
Ainda não sabemos bem em que consiste esse apoio, mas espero que vá além da mera exposição da logo...

o documentário


Trabalhos de arte urbana são, em sua maioria, de natureza efêmera, tal como esse que pretendo apresentar. O registro fotográfico e em vídeo é imprescindível, como forma de perpetuar ações artísticas de curta duração, já que, com o tempo, o trabalho está sujeito a cair no esquecimento. Nesse caso, o registro também faz parte da obra.
Convidei o amigo e documentarista Leo Bittencourt para fazer este trabalho. Apesar de estar ocupado com outros projetos importantes, aceitou imediatamente, para minha felicidade. Ele é uma pessoa que tem sensibilidade, é aberto a novas experimentações, ligado em arte urbana também e ótimo para trocar idéias, além de ter o maior pique, o que é bem legal, pois essa Rede vai dar um trabalhão! Em nossas conversas, surgiu a idéia de irmos além do mero registro, resolvemos fazer um vídeo-documentário sobre todas as etapas do processo artístico, desde a negociação até a produção, montagem, performance, etc. O documentário passa a ser, então, parte vital da “REDE” colaborativa que mencionei anteriormente. Aliás, a idéia do blog surgiu também nessas conversas.


o objeto




















Título :
REDE”, Cleantho Viana, 2008/2009


Pretendo fazer uma grande intervenção no espaço urbano. O trabalho consiste em ligar as duas pontes das ruas Francisco Sá e Duque de Caxias (conforme mostra a foto acima) sobre o Rio Paquequer, em Teresópolis, RJ, com uma rede (de aprox. 15m x 85m) cuja trama é feita de sacolas de supermercado. Unidas, as sacolas cobrirão inteiramente o leito do rio. Durante o período em que o rio estiver coberto pela rede, uma equipe descerá para um mutirão simbólico de limpeza neste trecho. Quando a rede for retirada, o público encontrará essa parte do rio mais limpa.


Está lançado o desafio. Muitas vezes um trabalho que pode parecer meio megalomaníaco torna-se uma realidade. O exemplo máximo disso, e de persistência, é o famoso artista bulgaro Christo , que produz numa escala descomunal, levando anos para finalizar uma obra. Se o artista não "delirar' um pouco, corre o risco de ficar eternamente preso em trabalhos convencionais. Tô fora, vou sair em campo prá ver que bicho vai dar...







Novembro de 2008 - o insight




“Sou o espaço onde estou”

Noel Arnaud, L’etat d’ebauche, in "La Poetique de L'espace", Bachelard, G.



O distanciamento da população de Teresópolis em relação ao espaço urbano local pode ser percebido pela descaracterização total da cidade, que foi palco de inúmeras transformações e crescimento desordenado nos últimos anos. Caminhar pelas ruas da cidade vai, pouco a pouco, sendo cada vez menos saudável e aprazível. As calçadas são imundas, quebradas e intransitáveis, o excesso de veículos produz um barulho ensurdecedor e uma opressiva poluição visual obstrui todos os horizontes, outrora um grande atrativo da cidade. Durante esse processo acelerado de ocupação, e em nome de uma pseudomodernidade, copiou o que os grandes centros têm de pior, e o resultado é caótico. No meio de tudo isso, pessoas circulam indiferentes e passivas, sem perceber o enfeiamento progressivo da cidade, aparentemente não se dando conta das conseqüências dessa decadência.

Sufocado por todo esse caos encontra-se um sobrevivente, a espinha dorsal da cidade, outrora cantado em verso e prosa: o Rio Paquequer. Ele foi, gradativamente, perdendo o status de rio, para se tornar uma vala de esgoto a céu aberto, um “inconveniente” que cruza a cidade, e somente é lembrado quando suas águas transbordam durante os temporais.

À partir dessas observações, pretendo realizar este projeto de arte urbana em Teresópolis. Este tipo de trabalho funciona, de uma maneira sutil e poética, para “sacudir” os sentidos embotados das pessoas, e chamar atenção para a cidade onde vivem.

Assim como o Rio Paquequer é a espinha dorsal da cidade, resolvi produzir um trabalho de arte, uma instalação, que atue como um “eixo reflexivo” sobre a população ribeirinho-urbana de Teresópolis. Em sua realização, o projeto envolve a participação de diversos setores da sociedade local: Instituições, associações, Prefeitura, Estado, comércio, empresários, estudantes, formando assim uma imensa “REDE” colaborativa.